Os ataques às torres foram instigados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), principalmente em redes sociais, como forma de provocar um grande distúrbio no país, que obrigaria, segundo eles, a intervenção militar com o pretexto de “restaurar a ordem”. Somente em oito dias de janeiro, mês em que houve o ápice da tentativa de golpe, o número de ataques de vandalismo contra torres foi quatro vezes maior do que em todo o ano de 2019.
O relatório da Aneel, solicitado pela senadora relatora da CPMI, Eliziane Gama (PSD-MA), mostra 12 desligamentos provocados por atos de vandalismo em 2023, até 18 de julho. Não há um dado anual maior do que esse desde 2017. Em 2016, foram 19 desligamentos por este motivo.
Se comparado com todo o ano de 2019, por exemplo, quando só houve dois registros, os números de ataques de vândalos de 2023 são ainda mais impactantes. Entre os dias 8 e 9 de janeiro deste ano, três torres atacadas chegaram a ser derrubadas, em Cujubim (RO), Rolim de Moura (RO) e Medianeira (PR).
Ainda na semana do 8 de Janeiro, quando houve o ataque às sedes dos Três Poderes, mais quatro atos de vandalismo contra torres de transmissão de energia, em Rio das Pedras (SP), Palmital (SP), Tupãssi (PR) e Vilhena (RO). Já no dia 16, outro registro, em Santa Tereza do Oeste (PR).
Relação com golpe
Ao todo, seis estados tiveram linhas afetadas em janeiro deste ano. Conversas de George Washington, por exemplo, condenado por tentativa de atentado a bomba em Brasília, mostravam planos para a derrubada de torres como forma de causar “um caos social”.
A Aneel promoveu ofícios sobre a preocupação com os ataques, como a Circular nº 7/2023-DR/ANEEL, que determinou que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) reforçasse sua atenção “com relação a eventuais ocorrências associadas a vandalismos”.