A Central de Relacion
“Muitas vezes a mulher tem vergonha de um oficial ir até a casa dela, de o companheiro ser preso, pois o tem como fonte de renda. Tem mulheres que nos procuram como última alternativa, assim como aquelas que já vivenciam essa situação de violência há bastante tempo, mas não conseguem identificar, e quando percebem, decidem procurar os nossos serviços”, destaca Thaís Mara da Costa.
Mulheres que sofrem com uma relação de violência podem procurar o órgão como uma central de apoio, além dos canais de denúncias, como o 190 (Polícia Militar), 180 (Central de Atendimento à Mulher) e as delegacias especializadas. A Central 162, ramal 2, do Participa DF, faz o primeiro atendimento para acolher, entender as demandas da vítima e esclarecer sobre os requisitos de acesso à DPDF.
“Toda a equipe da Defensoria foi capacitada para prestar esse atendimento, não somente aquelas pessoas que prestam o suporte direto. Todo o acolhimento é feito por mulheres que orientam da melhor maneira possível as vítimas. Nossas ações fazem parte da política de enfrentamento, está presente na Lei Orgânica, é um dos nossos fins institucionais”, assegura a coordenadora da Central de Atendimento.
De acordo com a defensora pública, a próxima etapa é ampliar ainda mais o acesso ao serviço. “A expectativa é criar um outro ramal para aumentar a quantidade de atendentes e consequentemente o atendimento a esse público”, finaliza Thaís Mara.
amento com os Cidadãos da Defensoria Pública do Distrito Federal (CRC/DPDF), que é mais uma ação do governo local de enfrentamento ao feminicídio, registrou 4.264 atendimentos a mulheres desde a criação do Disque Defensoria 129, em março deste ano. O ramal 2 da central tem sido um verdadeiro canal de apoio ao público feminino.
Pelo telefone gratuito, os profissionais da Defensoria oferecem todo o suporte com orientações de como buscar ajuda e o auxílio jurídico para cada um dos casos. “No nosso atendimento orientamos as mulheres no sentido de tentarem um apoio psicossocial, com um direcionamento para a procura da rede de proteção às mulheres que sofrem violência. Somente após esse acolhimento seguimos para a orientação jurídica”, explica a defensora pública e coordenadora da CRC, Thaís Mara da Costa.
A iniciativa nasceu para promover a defesa das mulheres e fortalecer a função institucional da Defensoria Pública em relação às vítimas de violência, com um acesso facilitado. Desde a implantação da Central, aquelas que desejam entrar em contato não precisam mais se deslocar e comparecer até um dos núcleos para tirar as dúvidas e receber orientações jurídicas.
De acordo com a defensora pública, são vários os perfis de mulheres que buscam o serviço. Há quem esteja em um relacionamento abusivo há anos e identifica no atendimento uma saída, assim como há casos de mulheres que viram a divulgação dos canais e já acionam na primeira tentativa do agressor.
Fonte: Agência Brasília