A Feira Livre da Estrutural terá um novo ponto de encontro. No próximo domingo (29), as bancas serão movidas para as ruas situadas entre o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e o restaurante comunitário da cidade. A reinauguração do local está marcada para o dia 5 de junho. O funcionamento seguirá o mesmo: aos domingos, das 7h às 16h.
A meta é que sejam criadas 194 bancas, com um espaço padrão de 3 x 3 metros. A demarcação começou nessa segunda-feira (23). A partir de junho, com a nova logística, a Feira Livre será dividida conforme os produtos vendidos. Serão três setores: o de alimentos perecíveis, como carnes e peixes; o dos alimentos não perecíveis, como grãos, e os demais que comportam itens como roupas e artesanatos. Atualmente, há 347 feirantes cadastrados na Associação da Feira Livre da Cidade Estrutural (Afle), que organiza esse comércio. Mas, segundo a entidade, 160 estão ativos.
A troca de espaço ocorreu devido a reclamações da população, dos comerciantes e até dos próprios feirantes. As bancas preenchem toda a principal avenida da cidade, impedindo a circulação de veículos, como viaturas e ambulâncias, e obstruindo entradas de estacionamentos e vias públicas.
Ciente do problema, a Administração Regional da Estrutural produziu um estudo técnico em parceria com o Sebrae. De acordo com o administrador da cidade, Alceu Prestes, foi esclarecido como a troca de ponto deveria ser feita para sanar a desordem e não causar prejuízos aos feirantes. “A parceria com o Sebrae foi fundamental na escolha do novo local, já que isso permitirá o melhor desenvolvimento econômico na região, além de trazer mais comodidade e segurança ao pessoal”, explica.
O coordenador de Desenvolvimento Econômico e Territorial da Administração Regional da Estrutural, Fabiano da Silva, antecipa: “Será um espaço organizado, com setorização, gestão de risco e todos os elementos possíveis para ser uma feira adequada e desenvolvida legalmente”.
O estudo para essa mudança começou em agosto de 2021 e foi finalizado neste mês. Diversos órgãos públicos foram comunicados sobre mudança, como a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), o DF Legal e o Departamento de Trânsito do DF (Detran).
Informados sobre essa mudança no dia 15 deste mês, os feirantes serão notificados para dar entrada no processo de autorização de uso do espaço público. “Essa semana, mais de 100 pessoas passaram por aqui [administração regional] e entenderam os motivos da mudança. Era um problema que atingia a todos, então o retorno foi muito positivo. Antes, se pegasse fogo ali, ninguém entrava e nem saía”, alega o chefe de gabinete da Administração Regional da Estrutural, Taciano Borges. A nova sistematização conta com um espaço para a circulação livre de pedestres e uma área para a entrada de viaturas e ambulâncias.
“Vamos pintar os espaços no chão, e os feirantes vão montar as bancas naquele espaço específico. Pode acontecer de alguém precisar de mais espaço, como um hortifrúti, por exemplo. Cada caso será analisado para que ninguém fique fora nem seja prejudicado”, explica Borges.
Para a presidente da associação que organiza a Feira Livre, Lindinalva Maria da Silva, a mudança acarreta benefícios para todos, com maior circulação dos compradores. “Estamos vendo e vivendo a bagunça, isso incomoda. Já aconteceram acidentes por causa disso, confusões. A feira não pode continuar do jeito que está”, diz.
História
Com mais de 25 anos de história, a Feira Livre da Estrutural foi instalada às margens da Avenida Principal e por ali permaneceu até 2020. À época, o mercado expositor foi transferido para próximo onde atualmente funciona o 8º Batalhão da Polícia Militar. Em 2021, voltou ao ponto original, após reclamações dos feirantes e clientes.
José de Anchieta, 64 anos, é um dos fundadores da Feira Livre. Vendedor de carnes, ele é favorável à reorganização do espaço, já que, sem o ordenamento, estava sendo prejudicado e, conforme conta, até pensou em desistir. “Minha banca acabava ficando muito escondida na bagunça e o movimento estava diminuindo cada vez mais”, revela.
A vendedora de peixes Rosa Alves, 48, relaciona a queda no fluxo de clientes com a má distribuição dos comerciantes. “A partir do momento em que se organiza cada mercadoria em um setor, fica mais fácil para o cliente e mais justo para os feirantes. Se eu estou com minha banca no início da feira, é claro que vou vender muito mais. Às vezes o cliente pode nem chegar à outra banca do mesmo produto, que fica no final da feira. Isso prejudica muito”, diz.
A nova distribuição é elogiada pela comerciante, que trabalha na Feira Livre desde 2006. “O trabalho vai ficar bem melhor, cada um no seu espaço e mais liberdade para o cliente”, completa.
Fonte: Agência Brasília