Irrigação com aproveitamento da gravidade traz economia a produtor rural

Um sistema de irrigação redimensionado pode trazer economias significativas ao produtor. Na prática, o casal Adão Tavares dos Santos e Terezinha Ribeiro dos Santos, do núcleo rural Santos Dumont (Região Administrativa de Planaltina), comprovou o que os extensionistas da Emater-DF têm divulgado. Ao instalar um complexo de irrigação com base no declive do terreno em relação ao canal que banha a comunidade, Adão aposentou as bombas que puxavam água do córrego e viu a conta de energia elétrica diminuir.

“Agora, basta abrir as torneiras que a irrigação começa automaticamente, tenho muito mais tempo livre para trabalhar em outras atividades da chácara”Adão Tavares dos Santos, agricultor

De acordo com o engenheiro agrônomo Marcio Meirelles, do escritório da Emater-DF em Planaltina, o desnível do canal de irrigação — abastecido com água do Rio Pipiripau — até a chácara de Adão é de 45 metros, o equivalente a um prédio de 14 andares. “É uma descida e tanto, que faz com que a água chegue à propriedade com bastante pressão”, explica o extensionista. O método só foi possível graças à tubulação do canal, finalizada em 2020.

“Estou muito satisfeito com esse novo sistema. Reduziu bastante minha conta de luz. Além disso, todo ano a bomba que puxava água queimava e o conserto era caro”, relata o produtor. Antes do novo complexo, ele aguava a lavoura com uma mangueira. “Agora, basta abrir as torneiras que a irrigação começa automaticamente, tenho muito mais tempo livre para trabalhar em outras atividades da chácara”, comemora. O modelo de irrigação é com aspersores.

A princípio, Adão não estava muito confiante quanto à proposta da Emater-DF. “Sugeri ao produtor que eu poderia comprar o equipamento e instalar. Ele se comprometeu em arcar com os custos se o resultado fosse bom. E, no fim, foi bastante positivo”, revela o técnico Marcio Meirelles. O valor do sistema com dez linhas de aspersão foi de pouco mais de R$ 2 mil — muito baixo em relação à economia que o sistema promove.

“O uso da gravidade como otimizador para regar as lavouras, como pode ser feito no Santos Dumont, tem uso limitado no Distrito Federal por causa da planicidade do terreno. Mas onde pudermos aproveitar a natureza a nosso favor, vamos fazer. A próxima fase é concluir o redimensionamento do complexo da chácara”Marcio Meirelles, engenheiro agrônomo da Emater-DF

Adão cultiva feijões e sorgo, mas já plantou milho, alface e outras hortaliças. Possui também algumas vacas — o sorgo é usado para alimentação do gado. “Consegui aumentar a produção e estou economizando também adubo e mão de obra”, acrescenta o produtor, que adquiriu a chácara de 5 hectares em 2004, depois de trabalhar como caseiro no Gama.

Segundo Marcio Meirelles, a ideia agora é melhorar ainda mais o manejo do sistema de irrigação do produtor. “O uso da gravidade como otimizador para regar as lavouras, como pode ser feito no Santos Dumont, tem uso limitado no Distrito Federal por causa da planicidade do terreno. Mas onde pudermos aproveitar a natureza a nosso favor, vamos fazer. A próxima fase é concluir o redimensionamento do complexo da chácara”, conclui o técnico da Emater-DF.

*Com informações da Emater-DF

 

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