Com apoio do GDF, artesãos brasilienses vão expor em feira nacional no Ceará

Os sete selecionados por chamamento público terão transporte de materiais proporcionados pela Secretaria de Turismo, além de ajuda no custo das passagens e hospedagens oferecida pelo Sebrae

 

Com apoio do Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria de Turismo (Setur-DF), sete artesãos do DF desembarcam no Ceará para representar o artesanato brasiliense na 6ª edição da Feira Nacional de Artesanato e Cultura (Fernacce), que ocorre entre esta sexta-feira (20) e o dia 29. A secretaria proporciona o transporte de materiais e a estrutura necessária para que os artistas manuais possam expor seus produtos neste e em outros eventos que giram a economia por meio do artesanato.

Sete artesãos do DF foram selecionados para representar o artesanato brasiliense na 6ª edição da Feira Nacional de Artesanato e Cultura (Fernacce), que ocorre entre os dias 20 e 29 de setembro, no Ceará | Fotos: Tony Oliveira/ Agência Brasília

Além disso, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) ajuda com 70% dos custos de passagens e hospedagem dos artesãos que representarão Brasília na feira nacional. O secretário de Turismo, Cristiano Araújo, ressalta que os selecionados por meio de edital são exemplos de como o artesanato brasiliense tem força e tradição.

“O trabalho desses artistas é motivo de grande orgulho. Eles carregam consigo o talento e a cultura do Distrito Federal, e a Setur está levando essa arte para todo o país, bem como para feiras e eventos internacionais. Acreditamos no potencial desses artistas e continuaremos investindo para que, cada vez mais, a cultura local alcance novos horizontes”, observa.

“O trabalho desses artistas é motivo de grande orgulho. Eles carregam consigo o talento e a cultura do Distrito Federal, e a Setur está levando essa arte para todo o país”, ressalta o secretário de Turismo, Cristiano Araújo

Entre os artesãos selecionados está Josy Fernandes de Medeiros, 61 anos. O bordado e as linhas sempre fizeram parte da história dela, em especial a cultura do “feito à mão”. Com um marido publicitário e artista plástico desenhando os designs que Josy imaginava, aos poucos o bordado foi se tornando um negócio de moda autoral que já completa mais de dez anos.

A artesã conta que já trabalhou inclusive na capacitação de algumas bordadeiras. “A gente faz o dinheiro rodar, não fica parado em uma única mão. Viver do artesanato não é uma coisa fácil, apesar de hoje já ter uma valorização maior. É superimportante a participação do governo nessas exposições, um momento que o artesão tem a oportunidade de mostrar o seu trabalho em outros estados. O artesanato é um grande celeiro de renda para muitas famílias, que tiram seu sustento dessa arte”, destaca.

Para a artesã Josy Fernandes de Medeiros, “é superimportante a participação do governo nessas exposições, um momento que o artesão tem a oportunidade de mostrar o seu trabalho em outros estados”

Artesanato como modo de vida

A artesã Francisca Bezerra da Costa Gomes, 60, também faz parte dos selecionados que irão ao Ceará para o evento nacional. Ela veio do Piauí para Brasília trabalhar com flores do Cerrado na década de 1980 e na capital conheceu o marido, também artesão. Juntos iniciaram o negócio que é o atual sustento da família. “Aqui começou a minha jornada, começamos a fazer arranjos e conhecer o Cerrado de Brasília, que é muito rico. E a gente colhe tudo em Planaltina. O GDF tem nos apoiado e já estamos de mala pronta para ir ao Ceará expor nosso trabalho. Se não fosse a secretaria, não teríamos como levar nosso artesanato, que é um pedacinho de Brasília, para outros estados”, comenta.

Vindo de famílias de artesãos, o casal destaca a importância da parceria com o governo para o reconhecimento do trabalho. “A diferença é muito grande. É gratificante mostrar que o artesão de Brasília é capacitado e está sendo cada vez mais reconhecido pelas instituições”, complementa o marido de Francisca, João Raimundo Gomes Filho, 62. “Nós fomos pegando carinho pelo artesanato, pelas coisas naturais de Brasília que podemos levar para outros estados e apresentar nossa riqueza. A palavra mais correta para o artesanato é vida. É um trabalho que nos faz sentir mais jovens, mesmo com a idade que nós carregamos”, acrescenta.

Francisca Bezerra da Costa Gomes comemora o apoio que o GDF dá aos artesãos: “Se não fosse a secretaria, não teríamos como levar nosso artesanato, que é um pedacinho de Brasília, para outros estados”

Sobre o evento

Fenacce é reconhecida como líder no cenário do artesanato nacional. Destaca-se por reunir artesãos talentosos e produtos únicos que representam a riqueza cultural e criativa do povo brasileiro. Na feira, visitantes e expositores têm a oportunidade de fazer parte de uma rede de negócios sustentável e internacional, contribuindo para a promoção e valorização do artesanato nacional.

Chefe da Unidade de Promoção ao Artesanato e ao Trabalho Manual (Unart), da Setur, Klever Antunes calcula que há uma média de 13,4 mil artesãos cadastrados em Brasília. Ele diz que a última edição do evento contou com mais de 41 mil visitantes e gerou 2,5 mil empregos diretos e indiretos, movimentando R$ 1,2 milhão em vendas e R$ 1,7 milhão em negócios gerados – além de 22 toneladas de alimentos arrecadados para doações.

“É um setor que gera economia da cidade e as feiras são uma oportunidade a mais para os artesãos exporem seus trabalhos. Se não fossem essas feiras, talvez eles estariam vendendo só pela internet”, reforça. A última feira durou seis dias e teve 320 estandes espalhados em 9 mil m² de área de exposição, onde participaram 1.500 artesãos de todos os estados do Brasil, mais a presença de oito países.

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